sábado, 19 de novembro de 2011

Nada

Eu me jogaria sobre você, com força, e não reclamaria do impacto nem mesmo se eu mordesse a língua e a cortasse. O gosto do sangue não me incomodaria. Até imagino que deixasse as coisas melhores. Te abraçaria com força mesmo que meus braços doessem. E eu não soltava. Iria querer seu perfume em mim até o cheiro me deixar tonta. E minha boca com gosto de sangue sorriria com seu cheiro simplesmente perfeito.
Talvez eu te beijasse de um jeito que faria minha boca latejar até você me empurrar para longe. Eu nem ligaria tanto. É que tem essa agonia e nada do que eu faça a deixa melhor. Por que eu não sei nada sobre você e tudo já é tão complicado. Só faça passar... O corte, o cheiro, tudo. Já deixei isso ir longe demais.
Há muito "sentir" onde deveria haver nada. Eu quero meu "nada" de volta. Nada me fazia feliz. Nada me faz feliz. Eu gostaria que você o fizesse. Porque eu não sei nada sobre você e já tem tanta coisa que eu faria por você. Só VAI. Vai embora e deixa que o tempo traga o meu "nada" de volta. Meu. Não seu. Não nosso. Meu. Nada me faz feliz.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Lentes


Prendo-me a um detalhe teu e teço toda uma linha de observações. Com o amor, meus olhos e percepções ficavam opacos, foscos e desfocados, tal qual uma lente suja. Mas a repetição dos atos, das ausências e a falta de palavras limparam minhas lentes. Já foste mais bonito. 

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

The End - Parte 2

- Sai.
- Não.
- Eu não quero você aqui. Sai. Agora.
- Eu te conheço. Para com isso. Fala comigo.
- Não tem o que falar.
- O que eu fiz? Me diz só isso, o que eu fiz?
- Nada.
- Ótimo.
- Ótimo.
- Então, você não está com raiva de mim?
- Não.
- E pra quê tudo isso?
- É que... Sei lá... Eu não aguento mais.
- Tá, você quem decide.
- Tá.
Mas foi você que decidiu. Foi você que escolheu. E eu estou aqui. Eu tô bem. Você tá bem não tá? Eu sei que tá. Você não sente a minha falta. Tá tudo bem também. E é o fim. Cansei. Você também. É o fim mais uma vez.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Eu, vc and we almost had it all

Eu não sei como começar. Muito menos como terminar. Eu e você estamos parados no meio. Empacados. Sufocados.
Eu não sei o que dizer, o que fazer. Não sei nem se deveria fazer alguma coisa. O fato é que estou aqui. E estou tentando. Tentando seguir, respirar, arrumar a confusão em que ficamos presos. A confusão que você me faz sentir.
E nós paramos no meio. Um evitando olhar pro outro, evitando pensar no outro. E agora eu sorrio. Você lembra quando eu te falei que só virava texto aquilo que era importante pra mim? Você se lembra de dizer que nunca iria me decepcionar? Você sabe quanta raiva isso me dá? E é ridículo, é clichê, é hediondo sentir e falar desse jeito.
Nós ficamos presos no meio. Perdidos na verdade. Quem deveria tomar a frente quando a culpa é dos dois? Não fomos nós os espertos que desistiram um do outro sem pensar duas vezes? Estamos perdidos. Eu estou perdida. E realmente não sei como terminar.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Gritos

E eu quero gritar. Gritar o bem que você me fez e a saudade que me faz. Gritar todos os carinhos, todo o doce das palavras, todo o 'eu te amo'. A indiferença que se apossa do meu sorriso, a raiva que acompanha seu nome, a forma como me afasta a cada segundo, a cada olhar. Eu quero gritar o nó da garganta, o estremecimento, o aperto do corpo, o chocalhar da mão.

Eu quero gritar o bem que você me fez e a saudade que me faz.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

2/1

Sabe o que é conviver tanto com uma pessoa, que você meio que se divide em duas e uma metade de você fica com essa pessoa e tudo o que você espera é receber a sua outra metade, a metade dele? E ai você vicia naquela pessoa, no sorriso dela, no olhar, em todas as palavras pronunciadas, digitadas, até aquelas que ainda não foram expressas. Estar acostumada com a voz, com a maneira de andar, o cheiro. Acordar, tomar café, ler um livro, mas sempre com aquele nome rondando a sua cabeça, penetrando nos seus pensamentos, se fincando na pele, assumindo seus nervos. Como se dentro da sua cabeça não houvesse mais nada que não fosse esse nome e todas as lembranças que ele carrega. E é nesse ponto em que você percebe que está faltando você, tá faltando aquela metade que você deu, você percebe que ele prometeu mas não cumpriu. Não houve troca, apenas doação. E então você quer a sua metade de volta. É quando dá aquela sensação de ser duas pessoas. A metade que ficou, quer ser completa novamente, livre. E a metade que foi, sinceramente, não sabe como voltar.

domingo, 10 de julho de 2011

Alô?

- ” Oi, alô? Olha, eu sei que você estava dormindo e que você detesta quando te acordam, mas eu preciso que você me escute. Eu conheci uma pessoa, um cara que me respeita, que não me deixa horas esperando por um ‘oi’ sem graça e que não limita nossos diálogos, que escuta o que eu tenho a dizer e que me dá respostas coerentes e as vezes até brinca, e é presente, ele é presente. Ele não me diz ‘você me faz bem’ e depois some, pelo menos não ainda… Você diz que mais observa do que faz, ele faz e observa. Eu não sei aonde queria chegar com isso, talvez eu não devesse ter ligado pra você, é, eu não devia ter ligado, nunca. Você tá ouvindo? Tá respirando? “
 - ” Sim, estou ouvindo e respirando.”
- ” É só que, se você me falasse, sabe? Me diz uma palavra, me dá uma prova de que vai mudar, só isso, eu só te peço isso, uma ação e eu volto. “
- ” Que horas posso te buscar?”
- ” Agora?”
- ” Estou saindo de casa, junta as tuas coisas e me espera na porta.”
- ” Vem logo, tenho frio.”

quinta-feira, 30 de junho de 2011

There is a amor that never goes out

Chega assim de supetão, fazendo surpresa e sopra na minha orelha e brinca comigo de "te amo".
Tua perna na minha, tua mão, tua boca, teu corpo rente ao meu. Me beija, abraça, faz carinho e arranha de leve e depois mais forte. Torna as roupas desconfortáveis, insuportáveis, irritantes, desprezíveis e maçantes e me ama até dizer chega. E calor e confusão e prazer e eu e você.
E vai embora que o tic tac do relógio não para, e eu também tenho que ir, estamos ambos atrasados e trocamos um olhar malicioso... E me apresso, um sorriso no rosto enquanto meu corpo antes febril, se torna frio de saudades.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Laranja

Estavam os dois, juntos do jeito que sempre faziam em algum lugar naquela mata esquisita perto da casa dele. Estavam os dois fazendo perguntas que sabiam ter de responder com mentiras porque os dois sabiam que não podiam se deixar conhecer assim.

- Você acredita em amor? - Ele perguntou quase sussurrando no ouvido dela.

- Eu não sei, as vezes sim, as vezes não.

- Por que não?

- Acho que nunca me fizeram acreditar nele. - Ela desembrulhou um bombom de laranja. - Quer? - Ofereceu.

- Não, odeio laranja.

E aqueles dois sucumbiram ao silêncio deles. E um vento frio soprou e ela se aconchegou mais perto dele, talvez por frio ou talvez porque a mata esquisita de repente havia se transformado em assustadora. E ele, calmo até, depositou um beijo nos lábios dela. E ela parecia assustada, até corresponder ao beijo dele.

E teve gosto de laranja.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Mr. Perfeito

Escreve sobre mim o mesmo tanto que escrevo sobre você. Mais, se eu tiver sorte.
Descreve meu cabelo, meu sorriso, minha boca. Diz que tom de cereja são maus lábios franzidos e o quão brilhante é o chocolate dos meus olhos sem graça. Fala de manias que eu nem sabia que tinha e da leveza dos meus tapas. Seja ousado e fale do meu corpo, das minhas pernas... Fala como você se perde em mim e seus olhos me fitam sem perceber. Fala como você imagina que me tocar deve ser.
Me descreve, me desvenda, me fala, me conta, me diz tudo o que eu sempre quis ouvir. E some.
Some no meu último suspirar consciente, Mr. Perfeito. Some no meu fechar de olhos. Some porque você não passa de sonho.





Mas, Mr. Perfeito, só não demora a virar realidade que sonhar às vezes cansa.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Esse barulho é do coração, ok?

Um toque. Acidental. Um encontro banal de tecido epitelial que reveste vasos sanguíneos casa vez mais acelerados em resposta ao aumento do meu ritmo cardíaco. Tum-dum, tum dum, tumdum...
Um pedido de desculpas ou o vazio? Vou com o vazio. Um olhar que deveria ser significativo, mas só demonstra nervosismo. Tum-dum, tum dum, tumdum, cada vez mais rápido.
O que é isso que você causa em mim? Por que essa perda de racionalidade, de palavras? Por que as mãos suadas? Por que só com você? Tum-dum, tum dum, tumdum...
Um sorriso de ambos. Um sorriso ambíguo. O seu é um fraco pedido de desculpas que eu gostaria que significasse o quanto se importa comigo. O meu, o reflexo de uma timidez guardada a sete-chaves que tenta demonstrar, debilmente, indiferença. Tum-dum, tum dum, tumdum...
Se vai. Me recomponho, coloco o cabelo detrás da orelha e sigo calada, indiferente com as mãos suadas. Tum-dum, tum-dum... Meu coração volta ao seu compasso normal. Respiro fundo. Prossigo. O cabelo revolta-se novamente, por ter voltado para detrás da orelha.
Um toque. Acidental. Um silêncio. Um sorriso. Um tchau subentendido. Tum-dum, tum-dum, tum-dum...

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Sim, é pra você

Sabe que, tem gente que acha que os momentos ruins anulam os bons, mas eu não acho que seja verdade. Quando eu penso em você, penso com um pouquinho de tristeza, uma pequena dose de melancolia até. Mas também me recordo com um sorriso estampado no rosto, todas as coisas boas que você já me disse um dia, todo riso que você provocou e que muitas vezes você mesmo foi o motivo. E tem certas músicas, fotos, textos, dias que me lembram você. E um bigode, uma camiseta, um tênis e um céu azul. E uma cerveja, uma ex namorada, uma banda e um bairro. E uma cidade inteira, um jornal, uma entrevista, um país! Um sobrenome, um nome, um apelido, outra banda e cabines telefônicas. Uma flor, e pintinhas, coisas xadrez, amarelo, bicicletas, sem freio. E uma teoria, que está certa. Eu vou descer essa ladeira sozinha, eu e minha bicicleta sem freio.

Rua da Seda

Eu vi quando ele sentiu o celular vibrar no bolso da bermuda xadrez. “Estou te vendo”, eu disse. “E onde você está?” disse ele enquanto começava a  procurar. “Sabe uma garota de vestido branco que está do outro lado da rua?”
“Sei.” Ele olhou na minha direção.
“Bom, sou eu.”
“Que mentira!” Ele apertou os olhos. 
“Então vem aqui checar”, eu disse enquanto segurava o riso.
Esperei pelo que me pareceu uma eternidade, até que o sinal fechasse e ele atravessasse a faixa de pedestres. E conforme ele ia se aproximando, um sorriso travesso foi surgindo em seus lábios, em seus olhos. “Menina, mas você…” e, mais uma vez, não deixei que ele concluisse. Pulei e envolvi minhas pernas ao redor de sua cintura. “Me beija”, eu disse. E assim ele fez. Me deu um beijo que me tirou o fôlego e um pouco do juízo, e me fez sentir um calor se espalhando por todos os cantos do meu corpo. 
“Ei, mas você está de vestido!”
“E daí?”
Ele riu.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Dor de cabeça

Amor pra mim é como dor de cabeça. Começa fraquinho e você vai ignorando com a fraca certeza de que vai passar. Dera-me fosse assim fácil. Só aumenta. Quanto mais você ignora e mais você tenta se convencer do contrário mais insistente ele fica e quando você se dá por conta está fazendo textos com analogias estúpidas.

sábado, 14 de maio de 2011

Verbos - Parte 1

Pegue uma mecha do meu cabelo. Brinque com ela até que a textura não o satisfaça mais. E solte. Deixa ela voltar pro meio desse emaranhado na minha cabeça. E me olha.
Me olha calado e faz eu me apaixonar por esse seu silêncio atípico. Fica calado e me deixa. Me deixa ir mudando teu rosto até que não seja mais você, até que eu reveja o rosto de cada um que já segurou uma mecha do meu cabelo.
Daí pega minha mão e sorri. Me deixa ver o jeito como seus olhos quase fecham e esses seus dentes que nunca tiveram uma cárie. E fica calado. Fica calado porque palavras atrapalham, saem sem que a gente queira e elas me fazem soar boba.
E vai embora. Vai embora calado como eu te pedi e me deixa assim. Uma mecha diferente das outras, uma mão caída no colo, uma frase presa na garganta.

"Fala algo seu besta"

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Banga eu

Mal entrei no bar e te vi de primeira. Você tava no canto, com aquela sua cara de homem sério que até rindo você tem. Eu acho isso tão lindo. Você tava só, eu tava só também, demorou um certo tempo pra você me notar ali. Eu tava na minha mesa, evitando olhar pra você, mas acho que é mais forte que eu. Com o canto do olho eu vi você se levantar e vir em direção a minha mesa. Cara, na hora eu voltei no tempo, voltei a ter doze anos de idade. Por dentro eu tinha congelado, meus olhos queriam pular do meu rosto, minha boca queria enconstar no chão, minhas mãos queriam se agitar como as mãos de uma mulherzinha quando vê liquidação no shopping. Do lado de fora, apenas um sorriso. E quando você começou a falar e o assunto começou a fluir, eu não conseguia relaxar. Olhar você já era tão tenso, tentar puxar um papo no msn era tão dificil, mas ter você na minha frente e conversando comigo era realmente algo que me deixava ansiosa. Eu não sei o que é que há com você, e porque você exerce isso sobre mim. Mas eu e você, ouvindo a tipica musica alternativa do Banga Bar, me deixou com vontade de ficar ansiosa mais vezes.

Quero

Te abraçarei toda vez que me pedir e quando não pedir também. Te beijarei no rosto ao amanhecer e em qualquer outra hora do dia também. Te darei amor nas quatro estações do ano e pegarei na sua mão quando menos esperar. Vou mexer no seu cabelo até você dormir. Quero ser o momento mais esperado do seu dia, a pessoa que você quer ver no final da caminhada. Quero me queira feliz, triste, emburrada, que me queira com qualquer humor, cure a dor que for. Quero ser o pingente que você carrega no pescoço, o motivo do seu sorriso, a imagem que reflete nos teus olhos. A pulseira do Senhor do Bomfim que você usa, a flor que você leva nas mãos. Eu nunca quis muita coisa, você sabe. Eu nunca quis SER tanto pra alguém. O uso abusivo do verbo querer é errado? Querer demais é pecado? Então usa e abusa e quer e peca comigo, porque te quero bem demais.

Manias

Nunca entendi sua mania de que quando eu digo "Ótimo, tá tudo ótimo" você realmente acreditar nisso. De agir como se eu não importasse, de sorrir amarelo quando faz porcaria porque você acha que com qualquer graçinha vai se ver livre. Detesto que as vezes isso seja verdade.
Nunca entendi sua mania de escolher perfumes, camisas caras, de franzir a boca quando está sem paciência e franzir o cenho quando eu olho pro outro lado, porque eu sei que essa franzida boca é pra mim.
Mania irritante de agir como criança e me tirar tanto a paciência que eu acabo agindo do mesmo jeito, mania de só vir falar comigo quando precisa e me olhar cabisbaixo quando sabe que tá muito ferrado. Odeio esse seu jeito, mas o que eu mais detesto e abomino é essa minha mania de você.
Eu realmente preciso trabalhar nisso.

Gostos

Gosto do seu casaco. E dos seus óculos. Gosto do seu sorriso tímido e do jeito como desvia o olhar quando eu olho de volta pra você. Aposto que você reza pra que eu não veja isso, e eu finjo não ver, mas, sweetie, você não passa despercebido.
Gosto do jeito como você me olha e me sopra beijos, do jeito como você anda e ri. Gosto das suas perguntas e mais ainda das suas respostas. Acho tão fofo como você arregaça a manga do casaco e tenta fazer pose de machão e eu sorrio, daí você fica nervoso e agora eu já estou rindo de você.
Gosto como pra você sempre pareço estar bonita, ou pelo menos apresentável, gosto do que sinto quando você me fala uma graçinha. Gosto do seu nome. Gosto de você.
Gosto de não ter certeza. Sabe, certeza de você. Gosto disso. Só não gosto que o meu gostar se resuma numa coisa: Platônico.

"Isso já é vício, viu?"

disse pra mim a moça da sorveteria.
Digam-me onde eu posso encontrar essa pessoa que vai me fazer falar "mô" com voz fonhê.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Nossa janela

Eu gosto de andar de carro. Sem rumo. Só sentar, abrir a janela dependendo do tempo e ligar o som. Mudar a estação várias vezes até desistir e colocar um CD que eu mesma fiz, com as minhas músicas favoritas. Mas esses passeios não são a melhor parte.
Eu gosto mesmo é de passar na frente dos prédios luxuosos da orla durante a noite, quando as luzes das casas ainda estão acesas e olhar as pessoas debaixo dos seus lustres chiques numa mesa de jantar enorme.
Eu saio assim pra ver se eu te acho. Eu já te vi uma vez, de dentro do meu carro, você tava deitado, aparentemente sem camisa e com os cabelos bagunçados, assistindo TV. Seu quarto é branco e sobre uma prateleira tem uma bola de futebol gigante, aqueles pufs customizados, não é? Eu sei, eu vi. Eu gosto mesmo é de passar na frente do teu prédio, ou pelo menos fingir que eu sei qual prédio é. Ele vive mudando, ultimamente é um sem varandas com enormes janelas de um vidro esverdeado com o nome daqueles castelos franceses. Gosto desses nomes.
Eu passo lá na orla faz tanto tempo que virou rotina, eu olho pra todas as janelas que eu consigo, esperando ver aquela bola de futebol que já rondou meus sonhos onde eu e você estavamos deitados em cima dela. Você ficava me olhando e nada mais. Eu não sei como você se parece, mas sonho com você assim mesmo.
Me sentia idiota logo de início e depois a sensação foi passando. Foi mudando pra uma familiaridade meio esperançosa de que eu fosse te encontrar. Uma certa curiosidade de saber como seria se a gente se conhecesse, se eu soubesse seu nome e talvez até te desse um apelido. No momento tudo o que eu tenho é a sorte de que você acenda luz e me deixe ficar com você, mesmo que seja só através de um janela.
Nossa janela.

sábado, 30 de abril de 2011

Não sei como seria
Se não tivesse todo dia
A sensação
Dos botões do meu teclado
Sob os meus dedos

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Ninguém tem um "você" desses...

Você tem cheiro de hidratante Johnson & Jonhson e de algum perfume que com certeza veio em uma embalagem rosa. Tem os cabelos sempre meio molhados o os olhos do meu avô. Você gosta de inventar moda, customizar tudo e todos. Como se tudo pudesse ficar melhor de alguma forma. Você já pensou em pintar meu tênis de forma que parecesse uma melancia, mas minha mãe não deixou. E eu sei que você vai vibrar quando vir meu novo all star, mas isso a gente conversa segunda.
Você brincava de Barbie comigo lá em piranhas, quando eu nem conseguia formar frases sem trocar o R pelo L. Sério, você era o único motivo que me fazia entrar no carro as 4h da manhã. Você chega todo intervalo com aquele seu tijolão, que vc chama de Ipod, e quase estora meus tímpanos me mostrando os melhores Rocks desse mundo. Você já levou uma faca pro colégio e eu entrei na sala dizendo a todo mundo: MINHA PRIMA TEM UMA FACA! Você insiste em dizer que ficaria mais bonita se perdesse peso e eu insisto em dizer que você é a garota mais gostosa desse mundo pra mim. Sem lesbianismo pessoal.
Você... Cara, você é uma das pessoas mais incríveis que eu conheço. Opiniões, conceitos, ideias... Muitos deles, contrastantes. Vitória DE Alencar. Você é o cheirinho de Johnson & Jonhson que eu sempre quero sentir.

sábado, 19 de março de 2011

De repente...

No presente momento estou a 30 km da Filadélfia e convivo com as famílias mais ricas e tradicionais do estado. Estou sentada com as minha melhores amigas num gazebo... Espera, Spencer e Ali acabaram de brigar, Ali foi embora. Ela é doida? Já anoiteceu e lá fora é só mato... O que? Ela morreu?
Agora eu sou um garoto, um semideus. Estou num meio de uma briga, Clarice me grita ordens e Deimos e Phobos não nos deixam em paz, mas só podiam ser filhos de Ares... Ah, vão para o Tártaro.
Ok, eu estou beijando alguém... Uou, não um simples alguém, é um gostosão. Ahn? Ele é um anjo? Ah é, meu anjo da guarda, aí Patch... Não! Eu não queria terminar com você, por que eu fiz isso? A cacete, eu não devia ter feito isso. Como assim MINHA IRMÃ? Isso é doentio!
Eu morri é isso? Não, ainda não morri, mas estou quebrada? Por que tiveram que matá-lo? Logo o meu Heath. Preciso voltar, tenho que fazer alguma coisa, mas a parte de mim que liga pra isso está solta por aí, preciso do Stark.
EEEEEEEEEEEEEEIIIII, estou viva! Uhules! Pera, o que é isso? É um... fantasma? Nossa que gostoso, espectros fazem abdominais? Deus do céu, nunca quis tanto pegar um morto, nunca quis pegar um morto. Sempre vi os mortos, mas nunca quis pegá-los... Ok, relaxe você é uma profissional nisso.
- Sophia! Acorde, seu irmão já tomou banho e você tem que se aprontar pra escola! - Minha mãe grita enquanto me chocalha.
Dou uma olhada cúmplice para meus livros que estão na mesa de canto.
- Oh mãe, já tô acordada. - Falo me enroscando um pouco mais no lençol.

resultado de um fim de semana com cola e tesoura

Isso ai foi o trabalho de férias que eu e a Sophia fizemos. Fizemos também o fichário dela, em breve eu coloco as imagens aqui e explico como é que faz pra vcs também tentarem em casa. Beijinhos!

segunda-feira, 14 de março de 2011

Run

Eu corri muito. Corri pra pegar o ônibus e corri até chegar num certo ponto em que eu não sabia onde estava. Será que eu desci no lugar certo? Parei num bar logo mais a frente e mostrei o papel com o teu endereço. “Você sabe onde fica?” perguntei ao garçom. Ele não sabia. Me bateu um desespero. Meu Deus, o que eu tô fazendo em uma cidade em que eu nunca estive antes, procurando por um prédio que eu nunca entrei antes, atrás de uma pessoa que eu nunca vi antes? Corra, Vitória, corra. Apesar de todos os meus instintos (e os números das casas) dizerem que eu estava indo na direção errada, continuei correndo. Fui em frente, virei em direitas e esquerdas e então lá estava o 4207. Eu já tinha passado por ele antes. E agora? Eu subo as escadas? Eu espero você sair de casa e encontrar assim, inesperadamente, comigo sentada na calçada? E o que eu te digo? Ai passou uma moça e eu tomei coragem e pedi o celular dela emprestado pra te ligar. Você atendeu no ultimo toque. “Alô?” disse a sua voz sonolenta. “Oi!” disse a minha voz ofegante. “Olha só, eu tô aqui em frente ao teu prédio. Aliás, eu acho que é o teu prédio…” Você não me deixou concluir. “Como assim? Você tá aqui?” Sua voz se elevou. ” É… aparece na varanda, pra eu saber se é o prédio certo mesmo”. Parecia que tinham passado séculos, quando você finalmente apareceu. “Eu não acredito…” você ia dizendo, só que eu desliguei e devolvi o celular a moça, gritei algo parecido com um “obrigada” e sai correndo, mais uma vez, em direção as escadas. Fui subindo, pulando os degraus, ouvindo você descer correndo também, quando finalmente chegou a parte em que não precisava mais descer ou subir, porque a gente tinha se encontrado, ali na metade do caminho. E, meu Deus, eu mal consigo lembrar do resto de tão corrido que foi.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Carol tá aí seu presente de aniversário...

Eu não deveria estar aqui escrevendo, ou tentando escrever, esse texto. Mas também não deveria falar palavrão e dividir o quarto com meu irmão por tempo indeterminado, enfim... Semana de provas começou hoje né? Cara me sinto tão importante de agora ter 3 provas num dia. Ou será que eu tô é ficando doida por pensar isso? Ah, sei lá.
Quero férias. Tem nem 1 mês de aula (ou será que tem?) e eu já tô de saco cheio. O pior é que o ano vai passar, as férias vão chegar, vão acabar e aí vai começar tudo de novo. Sem falar nas novatas que entrarão na minha sala, digo novatas porque eu SEI que não vai ter nenhum novato gato, esse ano o máximo que eu consegui foi um cara que parece aquele Sid da Era do Gelo.
Amanhã aniversário da minha amiga, tenho que comprar o presente dela... Ou será que faço um texto de aniversário e posto aqui no blog? Presente com certeza.
Acho que tem um nariz na minha espinha. Merda. Tenho uma festa de 15 anos pra ir nesse final de semana. É eu sei, é no meio da semana de provas, mas eu sou uma garota rebelde. Sabe como é... Ou será que não?

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Pra casar

Gabriel diz:
e eu?
qq ce acha de mim?
me define ai
vitória . diz:
você é pra casar
no domingo
Gabriel diz:
na praia?
vitória diz:
no sol,
no mar,
ou num navio a navegar,
num avião a decolar
indo sem data pra voltar
toda de branco no altar
quem vai sorrir
quem vai chorar
Gabriel diz:
ai vitória
só vc mesmo

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Recife

Hoje peguei o carro e fui dar uma volta. Sai de Boa Viagem, passei pelo Pina e cheguei em Boa Vista. Vi os antigos armazéns, todos pixados e com a assinatura que um tal de Luther tinha deixado por ali. Po, Luther tu é bom nisso. Desci do carro, vi os trilhos do bonde de perto, sem querer voltei no tempo. Voltei a 1940, vi os sobrados do bairro e não eram mais lojas, mas apenas moradias, com gente nas janelas e uma brisa fresca dando um certo toque de alegria na paisagem. Passei pela Sinagoga, pude ver os judeus indo e vindo, não fugindo, só… vivendo. Passei pelo Marco Zero, vi os restos do show de ontem, foi uma virada de ano e tanto. Logo me bateu a vontade de saber andar de patins, de ter uma camêra manera pra sair por aí, apenas com os patins, a camêra e uma mochila nas costas, let it be. Eu me sentiria impossivel, imbativel, indestrutivel. Imediatamente me lembrei de você pra me acompanhar nesta jornada maluca e tive certeza que você teria coragem pra fazer isso. Mas pensei: “será que ele sabe andar de patins?” Nos vi bebendo no Bar 28 e depois indo assistir a um filme qualquer no Cinema São Luiz, aquele antigo, que foi restaurado. Nos vi no Parque da Jaqueira, elogiando a iluminação que fizeram pro Natal, como o vice prefeito se saiu melhor que o prefeito, como Recife nunca tinha tido uma iluminação assim. Passamos por Aflitos e dei uma olhada no Instituto de Relações Públicas, lembrei daquela prova que eu fiz lá e quando será que vai sair o resultado desta bosta. Rapidinho chegamos em Casa Forte, calados, porque é isto que o bairro inspira, silêncio. Um silêncio sepulcral, até. Lamento por isso, é um lugar bonito. Paramos numa galeria, você tomou um café. Então eu acordei, estava novamente em Boa Viagem, ainda querendo patins. E companhia.

Reticências

Eu tinha um assunto legal, um título legal e ficava por isso mesmo. As ideias não vinham, nada do que eu escrevia ficava bom e eu comecei a ficar irritada.
Me perdi, dexei o texto de lado, fiquei muito irritada. Mas talvez eu não seja a única a me perder, quer dizer, aposto que todo mundo já parou no meio do corredor de casa sem saber o que foi procurar...
Acabou que daquele texto maravilhoso que eu quis fazer, saiu esse. Curtinho. Sem noção. E com reticências... Aquela pontuação que você usa quando não sabe mais o que dizer.