sexta-feira, 20 de maio de 2011

Rua da Seda

Eu vi quando ele sentiu o celular vibrar no bolso da bermuda xadrez. “Estou te vendo”, eu disse. “E onde você está?” disse ele enquanto começava a  procurar. “Sabe uma garota de vestido branco que está do outro lado da rua?”
“Sei.” Ele olhou na minha direção.
“Bom, sou eu.”
“Que mentira!” Ele apertou os olhos. 
“Então vem aqui checar”, eu disse enquanto segurava o riso.
Esperei pelo que me pareceu uma eternidade, até que o sinal fechasse e ele atravessasse a faixa de pedestres. E conforme ele ia se aproximando, um sorriso travesso foi surgindo em seus lábios, em seus olhos. “Menina, mas você…” e, mais uma vez, não deixei que ele concluisse. Pulei e envolvi minhas pernas ao redor de sua cintura. “Me beija”, eu disse. E assim ele fez. Me deu um beijo que me tirou o fôlego e um pouco do juízo, e me fez sentir um calor se espalhando por todos os cantos do meu corpo. 
“Ei, mas você está de vestido!”
“E daí?”
Ele riu.

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