terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Recife

Hoje peguei o carro e fui dar uma volta. Sai de Boa Viagem, passei pelo Pina e cheguei em Boa Vista. Vi os antigos armazéns, todos pixados e com a assinatura que um tal de Luther tinha deixado por ali. Po, Luther tu é bom nisso. Desci do carro, vi os trilhos do bonde de perto, sem querer voltei no tempo. Voltei a 1940, vi os sobrados do bairro e não eram mais lojas, mas apenas moradias, com gente nas janelas e uma brisa fresca dando um certo toque de alegria na paisagem. Passei pela Sinagoga, pude ver os judeus indo e vindo, não fugindo, só… vivendo. Passei pelo Marco Zero, vi os restos do show de ontem, foi uma virada de ano e tanto. Logo me bateu a vontade de saber andar de patins, de ter uma camêra manera pra sair por aí, apenas com os patins, a camêra e uma mochila nas costas, let it be. Eu me sentiria impossivel, imbativel, indestrutivel. Imediatamente me lembrei de você pra me acompanhar nesta jornada maluca e tive certeza que você teria coragem pra fazer isso. Mas pensei: “será que ele sabe andar de patins?” Nos vi bebendo no Bar 28 e depois indo assistir a um filme qualquer no Cinema São Luiz, aquele antigo, que foi restaurado. Nos vi no Parque da Jaqueira, elogiando a iluminação que fizeram pro Natal, como o vice prefeito se saiu melhor que o prefeito, como Recife nunca tinha tido uma iluminação assim. Passamos por Aflitos e dei uma olhada no Instituto de Relações Públicas, lembrei daquela prova que eu fiz lá e quando será que vai sair o resultado desta bosta. Rapidinho chegamos em Casa Forte, calados, porque é isto que o bairro inspira, silêncio. Um silêncio sepulcral, até. Lamento por isso, é um lugar bonito. Paramos numa galeria, você tomou um café. Então eu acordei, estava novamente em Boa Viagem, ainda querendo patins. E companhia.

Reticências

Eu tinha um assunto legal, um título legal e ficava por isso mesmo. As ideias não vinham, nada do que eu escrevia ficava bom e eu comecei a ficar irritada.
Me perdi, dexei o texto de lado, fiquei muito irritada. Mas talvez eu não seja a única a me perder, quer dizer, aposto que todo mundo já parou no meio do corredor de casa sem saber o que foi procurar...
Acabou que daquele texto maravilhoso que eu quis fazer, saiu esse. Curtinho. Sem noção. E com reticências... Aquela pontuação que você usa quando não sabe mais o que dizer.